A Gestão de Performance pode ser definida como o controle assistido por servidor de todos os aspectos do desempenho de um sistema informatizado, que se baseia em processos que envolvem funções como gerenciamento de mudanças, gerenciamento de eventos, gerenciamento de segurança, controle de releases e gerenciamento de sistemas, e faz uso dos dados projetados do negócio.
A Gestão de Performance deve ser entendida como um círculo virtuoso em qualquer data center bem administrado, abrangendo atividades como medição, monitoramento, análise, contabilidade de recursos, ajuste e otimização de sistemas.
É importante ressaltar que a Gestão de Performance é dividida em dois ramos: Análise de Performance, que inclui monitoramento, ajuste e otimização, e Planejamento de Capacidade, que abrange a Análise de Capacidade. O nível de detalhe necessário para executar um planejamento bem-sucedido pode ser diferente daquele necessário para resolver um problema de desempenho.
A Gestão de Performance pode apresentar um ROI positivo para sua organização, no entanto, existem muitos conceitos errados que podem dificultar seus esforços. A seguir, desmistificaremos alguns mitos populares sobre Gestão de Performance e Planejamento de Capacidade.
Mitos e Realidade
MITO 1: Não preciso fazer Gestão de Performance até ter um problema.
REALIDADE: É melhor ser proativo prevendo o problema e implementando as mudanças necessárias.
O objetivo básico da Gestão de Performance é antecipar os requisitos de recursos, identificar dificuldades enquanto ainda são problemas em potencial e implementar a solução apropriada antes que ocorra uma falha.
MITO 2: Hardware é um ativo barato que não precisa de Gestão de Performance e Planejamento de Capacidade.
REALIDADE: O gasto total com TI continua subindo, aumentando cada vez mais a necessidade de maiores justificativas com novos custos.
O desempenho do hardware em comparação com seu preço está melhorando em cerca de 40% ao ano. Entretanto, a demanda por recursos de TI está aumentando em cerca de 60% ao ano. Além disso, embora cada componente possa ter um preço unitário mais baixo, os sistemas de TI estão aumentando em complexidade e tamanho, a ponto de fazer com que os métodos informais e ad hoc de planejamento sejam totalmente inadequados na maioria dos casos.
Uma mudança súbita de infraestrutura ou arquitetura em meio às operações diárias pode trazer outros riscos para o ambiente e refletir negativamente nos resultados da organização. A Gestão de Capacidade feita de modo adequado traz previsibilidade e possibilidade de um planejamento mais profundo e detalhado de qualquer mudança, inclusive facilitando a negociação com a área de negócio, nos casos em que a alteração requerer indisponibilidade.
MITO 3: A Gestão de Performance precisa ser feita apenas uma vez por ano.
REALIDADE: É melhor executá-la como um processo contínuo de medição, análise, prevenção e rastreamento.
Gestão de Performance e Planejamento de Capacidade são processos contínuos. A projeção das necessidades futuras é baseada no monitoramento e na análise que ocorrem regularmente durante o desenvolvimento e a produção. Se você não entender a situação atual e como ela se desenvolveu, não poderá prever seus requisitos futuros. Sem continuidade, o desempenho se torna orientado a eventos.
MITO 4: Monitoramento, ajuste e otimização em tempo real são tudo o que uma organização precisa.
REALIDADE: A empresa precisa de uma combinação de monitoramento detalhado para análise e agregação para planejamento.
O nível de tempo real apropriado para cada sistema depende do período de tempo de cada ocorrência. Muitos sistemas comerciais podem ser gerenciados a cada cinco minutos, desde que o sistema possa ser visto, em qualquer momento, como era há cinco minutos em um navegador. Uma granularidade mais refinada para fins de exibição em dashboards não é eficaz para resolver problemas reais, onde estão envolvidos padrões de comportamento de grandes populações de usuários.
MITO 5: Não posso fazer Gestão de Performance até que eu tenha ajustado meu sistema primeiro.
REALIDADE: Os dois processos funcionam melhor juntos.
Não existe um sistema totalmente ajustado. Felizmente, o processo de Gestão de Performance identifica gargalos do sistema e simplifica a escolha de ações corretivas. Um bom modelo de Gestão de Performance permite identificar os benefícios a serem obtidos com as ações de ajuste. Claramente, o modelo de Gestão de Performance é mais confiável depois que os piores efeitos de um ajuste ruim são removidos, mas apesar disso, ele ainda destaca os gargalos desnecessários.
MITO 6: Os relatórios gerenciais normalmente levam muito tempo.
REALIDADE: Com as ferramentas certas, isso pode ser automatizado.
A necessidade de fornecer relatórios gerenciais regulares aumenta com a importância dos sistemas para o negócio. Em vez de emitir pilhas de papel ou colar desenhos coloridos na parede, a maioria dos sites agora precisa de relatórios dinâmicos automatizados, que mostrem o status de qualquer ponto da rede que use um navegador.
MITO 7: A análise e a interpretação dos relatórios de performance são muito complexas.
REALIDADE: O aconselhamento automático e os relatórios de exceção facilitam a compreensão dos dados.
O crescimento de sistemas distribuídos com grande número de nós requer que os relatórios de gerenciamento sejam baseados em exceções e também possam incorporar alguma interpretação inteligente de forma automática.
MITO 8: Dinheiro é desperdiçado em equipamentos redundantes ou irrelevantes.
REALIDADE: Gastos excessivos permanecem sem serem detectados até que sejam medidos pelo planejamento de capacidade.
A solução está em estabelecer e manter um plano de compras oportuno e bem controlado, para o benefício da empresa. Caso contrário, a solução sempre será na direção de tentar resolver crises momentâneas de desempenho e diminuir os ciclos de compras.
MITO 9: Os Acordos de Nível de Serviço (Service Level Agreements – SLA) precisam de muito esforço para serem estabelecidos e acompanhados.
REALIDADE: SLAs são firmados apenas quando o provedor de serviços sabe que está seguro.
A qualidade do serviço possui várias dimensões, incluindo funcionalidade, facilidade de uso, disponibilidade de desempenho e confiabilidade. Tradicionalmente, os gerentes de TI concentram-se na funcionalidade, usabilidade e confiabilidade e assumem que o desempenho é algo que os técnicos podem corrigir quando fazem o sistema funcionar.
Os resultados dessa abordagem ficam claros a partir de uma verificação rápida em condições limítrofes: aplicativos apresentam atrasos ou são abandonados porque não podem ser executados e os computadores e as redes exigem atualizações não programadas para lidar com o trabalho.
Embora essa política tenha sido suficiente quando os sistemas de TI eram relativamente simples, atualmente ela é repleta de perigos, pois os sistemas cresceram significativamente em tamanho, complexidade e criticidade. A importância de definir e gerenciar efetivamente os níveis de serviço agora é amplamente reconhecida, especialmente quando se trata de comércio eletrônico.
Frequentemente, quando as empresas acreditam que esses mitos sejam verdadeiros, precisam superar obstáculos desnecessários para estabelecer um modelo contínuo de Gestão de Performance e Planejamento de Capacidade. Dedicar um tempo para desenvolver uma abordagem cuidadosa na definição do seu modelo acabará por fornecer uma atualização contínua sobre o entendimento do seu sistema, relatórios confiáveis e automáticos e ajudará a controlar os gastos.
Nossa experiência tem mostrado que o investimento (OPEX/CAPEX ) para a elaboração e a manutenção dos processos de Performance Preventiva e Planejamento de Capacidade são plenamente justificados pelos benefícios alcançados por essa gama de ações.
Os desafios para estruturação e execução do seu projeto podem ser superados com o acompanhamento de uma consultoria experiente, para desenvolver uma estratégia e um planejamento adequados, que oriente tanto as decisões referentes às soluções técnicas e conceituais, visando atender as necessidades corporativas com o melhor retorno sobre o investimento.
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